Relato de uma vivência de constelação sistêmica realizada em 2016
Uma mulher, de mais ou menos 60 anos, buscou a Constelação Sistêmica para compreender sua relação com a filha de 35 anos.
Segundo ela, as duas nunca tiveram uma boa convivência. Fazia de tudo para a filha, mas se sentia distante; Já a menina sempre reclamava que a mãe era insuficiente e não a amava...
A constelação aconteceu em um grupo de pessoas, no qual a mulher estava presente. Pedi que ela escolhesse duas representantes, uma para si mesma e outra para a filha, e que as colocasse no “campo”(no centro do grupo).
A representante da filha se aproximava da representante da mãe, que desviava o olhar e se distanciava dela...
Então pedi que a cliente dissesse uma frase: “Filha, eu não quero ser mãe”. Ela repete, assustada, e depois diz:
— Irinéia, minha avó foi dada para outra família!
Em seguida, pedi que mais 03 mulheres entrassem nesse movimento e seguissem seus impulsos internos… (representando assim a mãe da cliente, a avó e a bisavó).
Todas tinham o mesmo comportamento em relação às suas filhas, desviando o olhar e se distanciando. Pedi que se enfileirassem em ordem (bisa, avó, mãe, cliente, filha dela) e, iniciando pela a representante da bisavó, requisitei que cada mãe repetisse para sua filha: “Filha, eu não quero ser mãe”.
E, uma a uma, elas repetiram a frase para a própria prole, sem nenhuma emoção ou conexão.
Em seguida, pedi que mais uma mulher entrasse no campo, e a posicionei logo atrás da Bisavó, representando assim a tataravó da cliente.
Essa representante coloca as mãos abaixo da barriga, se contorce, chora e cai no chão. A bisa então se aproxima, gritando e chorando...
Eu digo para a cliente que sua tataravó faleceu no parto de sua bisa e, após um instante, elas naturalmente formam um círculo em volta da tataravó e se abraçam, chorando copiosamente.
Em seguida, a cliente diz:
— Falta algo aqui…
E eu respondo que sim, “falta a filha da sua filha” (ou seja, a neta da cliente)
A cliente, então, sorri, e diz:
— Nossa ela já tem 35 anos e nunca quis ser Mãe!
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Muitas vezes, não sabemos dos acontecimentos da nossa linhagem materna, e ficamos presos à acusações como: “minha mãe não gosta de mim”, “minha mãe não me suporta”, sendo que a linguagem oculta é outra...
Mas, ao ampliar a fresta da porta, que antes estava estreita, e olhar com amor para os registros de nossos antepassados onde o fluxo da vida ficou paralisado, vamos ressignificando e restaurando o fluxo do amor.
“Uma mãe é aquela que teve a coragem suficiente para fazer a vida seguir adiante, apesar de todos os desafios e dificuldades. Alguém que correu risco de vida. Ela tomou decisões e passou a vida adiante, permitindo que a vida seguisse seu fluxo pelas gerações.” (Bert Hellinger)
Vivência realizada em grupo conduzida pela Terapeuta Irinéia Meira.
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TREINAMENTO EM CONSTELAÇÃO SISTÊMICA
Atendimento: Online e Presencial. Individual, grupo.
▪ Família: casais, adolescentes e crianças
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Instagram: @irineiameira
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